Por que não compro casa e moro de aluguel
No início da minha trajetória de acumulação de capital tive a oportunidade de aproveitar o boom imobiliário de 2005 a 2008. Construtoras bombando na bolsa (Cyrela, MRV...) e financiamentos sendo liberados para qualquer pessoa. Nesta época ganhei do meu pai um apartamento. Recém formado, me mudei para ele. Não demorou muito para a construtura do próprio prédio me procurar para fazer uma proposta de outro apartamento na planta. Aceitei. Mas antes deste apartamento ficar pronto (na verdade, muito antes) o dono da construtora me ofereceu um contrato para outro apartamento maior. Se eu aceitasse ele abateria no valor do novo imóvel o montante pago até o momento referente ao imóvel anterior. Isso se repetiu mais uma vez até que terminei pagando um apartamento enorme com área privativa e em bairro nobre. Olhando em retrospecto, não sei como consegui. Na verdade sei sim! Como disse, o mercado estava em meio a um boom imobiliário. Era muito fácil e barato comprar na planta. Se você tivesse contato direto com o dono de uma pequena construtura, melhor ainda. Você surfava na crista onda e bebia água da fonte! Outras construtoras grandes costuma vender aparamentos que, na verdade, já estavam na mão de algum investidor que apostou naquele imóvel comprando-o na planta. Eu era o tal investidor...
Não deve ser surpresa o fato de que eu nem cheguei a morar no apartamento com área privativa. Antes de me mudar já passei ele pra frente pelo dobro do preço de aquisição.
Sem dúvida, o mercado imobiliário foi o trampolim para o aumento do meu patrimônio.
Estou contando essa historinha para dizer que, como meio de especulação imóveis funcionaram muito bem para mim. Não sou nenhum expert no assunto. Apenas ganhei em um momento em que qualquer idiota ganhava comprando e vendendo na planta!
Mas Zé Cotinha, por que você não compra casa para morar?
Lendo um blog achei bastante interessante os motivos elencados. O autor do blog sugere que façamos um exercício mental para elaborarmos como seria o pior investimento do mundo. Os critérios seriam:
1. Os custos do investimento devem ser perenes e recorrentes
2. Sem liquidez (meses ou anos para conseguir vender)
3. Custos envolvidos na compra e na venda devem ser exorbitantes. Tipo, 6¨% na entrada e na saída.
4. Deve ser super complicado para comprar e vender (papelada, registros, etc...)
5. Gerar baixo retorno. Com sorte, acompanhar a inflação.
6. Não pode gerar dividendos.
7. Não pode ser mudado de lugar. Vai ficar lá para sempre.
8. Deve representar uma parcela desproporcional de seu patrimônio
9. O governo pode tomar de você por vários motivos. Com sorte, ele te paga uma indenização que achar justo.
10. Se o investimento valorizar muito, você vai pagar mais taxas. Se desvalorizar você terá que correr atrás de um reajuste. Em geral, não consegue.
11. Tem que ser frágil. Um incêndio, por exemplo, poe tudo a perder.
12. Tem que ser taxado anualmente.
13. Se algum outro "investidor" resolver se desfazer do "investimento" (casa) ao lado pela metade do preço, o seu "investimento" e o "investimento" de toda a vizinhança acabará sendo cotado pelo mesmo valor.
Ainda não achei NENHUM motivo racional para ter casa. Motivos emocionais tenho vários...
Só abro exceção para ter casa quando eu chegar aos 80 anos e quiser apenas um lugar para descansar até morrer. Com esta idade, a última coisa que vou querer é receber uma carta do proprietário pedindo a desocupação do imóvel.
Não deve ser surpresa o fato de que eu nem cheguei a morar no apartamento com área privativa. Antes de me mudar já passei ele pra frente pelo dobro do preço de aquisição.
Sem dúvida, o mercado imobiliário foi o trampolim para o aumento do meu patrimônio.
Estou contando essa historinha para dizer que, como meio de especulação imóveis funcionaram muito bem para mim. Não sou nenhum expert no assunto. Apenas ganhei em um momento em que qualquer idiota ganhava comprando e vendendo na planta!
Mas Zé Cotinha, por que você não compra casa para morar?
 |
| Feliz proprietário de uma bela espelunca |
Lendo um blog achei bastante interessante os motivos elencados. O autor do blog sugere que façamos um exercício mental para elaborarmos como seria o pior investimento do mundo. Os critérios seriam:
1. Os custos do investimento devem ser perenes e recorrentes
2. Sem liquidez (meses ou anos para conseguir vender)
3. Custos envolvidos na compra e na venda devem ser exorbitantes. Tipo, 6¨% na entrada e na saída.
4. Deve ser super complicado para comprar e vender (papelada, registros, etc...)
5. Gerar baixo retorno. Com sorte, acompanhar a inflação.
6. Não pode gerar dividendos.
7. Não pode ser mudado de lugar. Vai ficar lá para sempre.
8. Deve representar uma parcela desproporcional de seu patrimônio
9. O governo pode tomar de você por vários motivos. Com sorte, ele te paga uma indenização que achar justo.
10. Se o investimento valorizar muito, você vai pagar mais taxas. Se desvalorizar você terá que correr atrás de um reajuste. Em geral, não consegue.
11. Tem que ser frágil. Um incêndio, por exemplo, poe tudo a perder.
12. Tem que ser taxado anualmente.
13. Se algum outro "investidor" resolver se desfazer do "investimento" (casa) ao lado pela metade do preço, o seu "investimento" e o "investimento" de toda a vizinhança acabará sendo cotado pelo mesmo valor.
Ainda não achei NENHUM motivo racional para ter casa. Motivos emocionais tenho vários...
Só abro exceção para ter casa quando eu chegar aos 80 anos e quiser apenas um lugar para descansar até morrer. Com esta idade, a última coisa que vou querer é receber uma carta do proprietário pedindo a desocupação do imóvel.
